quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Matar ou Morrer

Quando o Estatuto do Desarmamento foi promulgado em 2003 eu acreditei que em pouco tempo eu não teria mais motivos para me preocupar em ser alvejado ou ameaçado por armas de fogo. Infelizmente, 12 anos depois, andamos atentos na rua e ficamos alerta em casa, estamos constantemente procurando atitudes escusas e permanecemos pávidos diante dessa realidade que mais parece ficção. Quem diz que não age assim é por que não percebe que esse comportamento já se integrou ao seu hábito. Temos medo que um qualquer chegue atirando na lotérica, temos medo ao entrar e sair do carro ou de casa, temos medo de dar uma caminhada na rua, temos medo de admirar a vista no alto do morro ou na orla.
Sou contra o desarmamento? De forma alguma!
Mas pensa bem, quando tu escreves um texto pedindo pro vivente entregar sua arma, esse só o fará se houver uma recompensa, e nesse caso a recompensa maior era não se tornar um criminoso. E no caso do criminoso, vai adiantar? Não sou especialista em psicologia mas acho que falar pro criminoso que ele continuará sendo criminoso não vai fazê-lo desistir ou nos dar um retorno satisfatório.
Estaremos nas mãos dos nossos distintos fora-da-lei enquanto a legislação for essa várzea e não distinguir quem porta uma AR-50 de quem porta uma Lawman .357 Magnum do Rambo. Quem porta arma pode matar, e eu não quero morrer. Ninguém deveria ter direito à andar armado, quem andasse deveria ser condenado por tentativa de homicídio, porque é isso que quer quem tem uma arma. Arma não serve pra recreação, pra isso existe bicicleta; arma não serve pra autodefesa, pra isso existe Rapkido e o 190; arma não serve pra decoração, pra isso existe quadro. Assim como acho que quem for pego bebendo e dirigindo deve ser condenado por tentativa de homicídio, também acho que quem porta arma precisa ter uma condenação semelhante e mais uma entrevista no estilo DOPS pra podermos rastrear a origem dessas raspadinhas clandestinas da marginália.

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