quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Tatu-bola

Bom, quando a "educação" (eu chamo de ensino) está uma merda, a segurança é quase nula, o transito é um caos, a saúde está doente e a infraestrutura é uma piada, não é a cultura que deve andar em primeiro lugar. E eu concordo com a ideia da prefeitura de deixar a manutenção do Auditório Araújo Viana nas mãos de empresários, ainda mais aqueles que são especializados ou que tem uma dívida com a prefeitura. Cercar o patrimônio público é uma medida de segurança para que vândalos não depredem, para que criminosos não habitem o lugar e para que usuários de drogas não aproveitem o espaço, e tudo o que eu digo foi apenas o que eu vi antes da obra, não sei se há mais coisas ainda. Sei que nós não teremos contato como o prédio por fora, mas pra quem procura cultura o interessante está lá dentro, por isso estamos ganhando com o cercamento. Desde muito antes de começarem a reforma, havia um espaço ao lado que era cercado e nunca ninguém reclamou. Acho que quem precisa entrar no cercado é aquele cara que tem que tocar numa obra de arte quando vai no museu, mesmo que tenha uma corrente delimitando claramente o espaço dele.
Chefia, a obra já foi feita, tu não vai voltar a fumar teu baseado sentado no morrinho. Acho que enquanto a obra transcorria essa gente ficava se babando esperando que tirassem os tapumes.
Preparativo para o número das facas em 15/10/12 às 12:30

E no caso do Largo Glênio Peres, dizer que ali houve higienização social/cultural não é verdade, ainda vejo o cara das facas, os piás das gaitas, os índios das flautas e a cambada de evangélicos convertendo o pessoal na rua. O problema é que eu passo por ali, e o pessoal que derruba o tatu fica no face organizando suas badernas e se alienando com as teorias da conspiração. A manifestação que teve na sexta depois da derrubada do tatu foi legítima, os caras se encontraram no mesmo local e foram até a Cidade Baixa a pé, mostraram pra muita gente que não concordam com o fechamento do bairro durante a noite/madrugada.
Agora, dizer que iam fazer uma ciranda em torno do bicho não cola, filha! Se tu abre o portão da minha casa eu te bato, e se for mais que um eu chamo a polícia, assim como deve ter feito a Coca Cola. E o fato do boneco estar em praça pública é discutível, mas não é certo (e nem racional) atacá-lo. Se transpuseram o cercado que claramente delimita a distancia, a polícia tinha o direito de afastar os transgressores.
Assim como os protestantes excederam os limites (bem delimitados), a polícia também extrapolou bastante.
Não podemos nos confundir e acabar aceitando essa generalização que os "revolucionários" estão pregando. Protestar é correto e necessário, mas existem limites. A especulação imobiliária é evidente e já era esperada, e eu acredito que é ela que está fechando os bares, mas ela não está atingindo os artistas do diurno.
A apresentação das facas no Largo Glênio Peres dia 15/10/12

As flautas na praça dia 15/10/12
Mas eu não posso dar minha opinião adequadamente, eu sou diferente desses guerrilheiros da liberdade, e quando um policial está com a arma apontada pra minha cara eu não costumo provocar, por isso eu não entendo essas pessoas, sou só um mané que vive alienado e complacente com a conspiração instaurada na cidade.