Eu sempre achei um tanto controversa essa ideia de
liberdade, esse conceito tão defendido pelos estadunidenses, só que no caso dos
americanos o conceito é uma filosofia de vida, mas é tão filosófico quanto o
que ouço na bodega. A liberdade deles é tão surreal quanto a bola quadrada do
Kiko, todos conhecemos, sabemos como é, mas ela nunca existiu.
Para eles, a liberdade é uma ideia forte, por isso a
penitência dos criminosos é a perda da sua liberdade. No Brasil nunca fomos
livres, sentimos a coleira do poder público nos enforcar constantemente, por
isso a ideia de perder a liberdade não nos incomoda tanto. Penitência para
nossos criminosos é ter que trabalhar, fazer algo produtivo, fazer algo que vá
contra nossa identidade de curtidores, de descansados, de tranquilos, etc.
Assim como os americanos, vivemos em liberdade condicional,
podemos fazer qualquer coisa no mundo que pudermos algum dia imaginar, contanto
que seja permitido. Podemos ter acesso a qualquer informação nos jornais, desde
que seja sobre futebol, ou que tenha sido devidamente manipulada, podemos ir a
qualquer lugar sem ter medo de ser assaltado, desde que não tenhamos medo de
ser assaltados, ou que fiquemos bem presos em casa, podemos comprar qualquer
coisa que sonharmos, desde que não sonhemos, ou desde que trabalhemos como
cond...(opa! esqueci que aqui condenados não trabalham) ... idiotas.
Tive uma leve impressão que nossa condição de completos
tapados seria extinguida depois das ondas de protesto contra tudo. (Acredito
que o resultado do julgamento do mensalão foi modificado pelos protestos, como
disse em outros posts, não acreditava que teria qualquer condenação.)
Mas depois que os protestos foram confundidos com baderna,
houve pouco em que eu pudesse acreditar. Voltei à minha condição de fantoche.
Mas até a copa tudo vai estar resolvido, sairemos da liberdade condicional e
seremos totalmente livres para ver os jogos.